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terça-feira, 22 de setembro de 2015
Uso da chupeta
Vou tentar explicar de uma maneira simples os pós e contras o uso da chupeta. Espero que fique mais fácil de compreender o motivo de tantos de nós, pediatras, sermos loucos para uma criança não usar a chupeta.
A sucção nutritiva é uma função primordial para a sobrevivência do recém-nascido, pois é através da sucção que o bebê obtém seu alimento.
Como a natureza é sábia, e “Papai do Céu” também, o reflexo de sucção já está presente por volta da 18ª / 20ª semanas de vida intrauterina.
A dúvida (usar ou não usar a chupeta) começa a existir quando “nós”, e em especial as mães, percebemos que além da função nutritiva, a sucção também é uma fonte de prazer. Como normalmente toda fonte de prazer gera estabilidade e relaxamento, as mães utilizam a sucção não nutritiva (uso da chupeta) na tentativa de deixar o bebê mais tranquilo.
A amamentação é suficiente para satisfazer o desejo básico de sucção do bebê, desde que ele esteja mamando exclusivamente no peito e a mãe o ofereça sempre que o bebê quiser. É importante enfatizar que a sucção do bebê ao mamar no seio materno é completamente diferente do sugar o bico de uma mamadeira ou chupeta. Mamar no peito é muito importante para o desenvolvimento da mandíbula e demais ossos da face, dos músculos da mastigação, da oclusão dentária e da respiração de forma adequada.
Destacam-se como possíveis “prós":
1 - Trata-se de um calmante do choro;
2 - Alguns estudos evidenciaram possível efeito protetor contra morte súbita, desde que seja introduzida após a terceira semana de vida e utilizada apenas durante o sono.
Os muitos "contras":
1 - Tempo menor de duração do Aleitamento Materno e que a mesma acaba por ser um indicador de dificuldades da amamentação.
2 - Com relação a acalmar, temos uma linha de psicólogos que discordam desta forma de acalmar, pois temos inúmeras maneiras de acalmar um bebê (carinho, colo, cantar, amamentar, etc.) sem a necessidade de utilização de uma chupeta;
3 - Risco de oclusão dentária, levando à deformação na arcada dentária e problemas na mastigação, além de atrasos na linguagem oral, problemas na fala e emocionais;
4 - A respiração acaba ficando mais frequente pela boca (respiração oral), o que piora a elevação do palato (céu da boca) e provocando desvio do septo nasal.
5- A respiração oral leva à diminuição da produção da saliva, que pode aumentar o risco de cáries.
6 - Risco aumentado em comparação as crianças que não usam de terem infecções de ouvido, rinites e amidalites;
7 - O uso de chupetas também está associado a maior chance de candidíase oral (sapinho) e verminoses, já que é quase impossível manter uma chupeta com higiene adequada.
Agora, se você usa a chupeta ou não conseguiu tirá-la de seu filho, aqui vão algumas recomendações:
1-Use chupetas ortodônticas e adequadas para a idade do bebê;
2- Mantenha as chupetas sempre limpas. Se for guardá-las dentro de caixinhas especiais, esterilize a caixinha também;
3- Troque a chupeta se notar que ela está desgastada, furada ou grudenta;
4- Nunca mergulhe a chupeta em alimentos doces como açúcar, para fazer o bebê parar de chorar. Esse costume pode provocar cáries;
5- Limite o uso da chupeta ao estritamente necessário, como durante crises de cólica ou na hora de dormir;
6- Tente tirar o hábito de chupar chupeta o quanto antes, e se esforce ao máximo para que o costume já tenha sido abandonado de vez quando os dentes permanentes forem nascer (entre 5-6 anos);
7- O mais comum é os pais começarem a pensar em tirar a chupeta por volta dos 2 anos, mas você pode fazer isso mais cedo, até antes de 1 ano.
- Fontes:
http://www.conversandocomopediatra.com.br/website/paginas/materias_gerais/materias_gerais.php?id=77&content=detalhe
http://guiadobebe.uol.com.br/chupeta-usar-ou-nao-usar-eis-a-questao/
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